quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Das Crônicas da AFUMECA

By Rangel

O Lance do Lagoão 2011


Tudo começou no almoço do sábado no Grêmio Esportivo Lourenciano. 

Estávamos na mesa, eu, Deco, Victor, Ronir, Alex e Viviane sua noiva, batendo aquele papo descontraído, animado e, como sempre, cheio de “azaração”!
Foi quando perguntei ao Alex se ele não tinha um time do Internacional, bi-campeão brasileiro em 75/76, para negociar. Ele me disse que o único time que tinha desta época era aquele com o qual estava jogando o Lagoão e que não poderia negociá-lo por ser um time especial para ele.
Lamentei e justifiquei meu interesse porque, apesar de gremista, tinha muito respeito e admiração por aquele time colorado. Além de ser, para mim, o melhor time colorado de todos os tempos, também foi numa época em que eu, jogando na várzea, tinha como espelho o “Bola-bola”, Falcão que, também para mim, é um dos “Top Five” do futebol mundial de todos os tempos.
Contei para o Alex algumas estórias daqueles tempos, de alguns Grenais inesquecíveis que assisti: Daquele em 1976 que ganhamos de 3 X 1, com três gols de Zequinha e um do Falcão, em pleno Beira Rio. Daquele que levamos um gol aos 48 minutos do segundo tempo, do “Escurinho”, de cabeça... Aquele gol me fez quebrar um rádio de raiva!
Uma bela conversa sobre um tempo muito legal na minha vida.
Pois bem... No dia seguinte eis que estávamos todos assistindo a finalíssima do Lagoão.
De um lado Umberto de Santa Vitória, com o seu Valença, do outro Alex Degani, com seu Internacional anos 75/76.
Jogo equilibrado, primeiro tempo sem chances de gol, segundo tempo da mesma forma, até que... algo inusitado aconteceu!
Já eram quase 20 minutos da segunda etapa quando, numa jogada quase perdida lá pela ponta esquerda do ataque do Alex, ele, despretensiosamente aproximou seu centroavante reserva, "Escurinho", da linha da pequena área adversária. Umberto tentou cobrir e deixou uma pequena brecha para Alex chegar com seu cavador "Caçapava" que estava dando uma de ponta esquerda. Lá dentro da grande área, pertinho da pequena, estava ele "Escurinho".

Esta era a posição dos botões no momento em que Alex
pediu: "A gol, Caçapava" e Umberto arrumou o goleiro.
Foto do Ítalo (Blog Gol a Gol Futmesa) 

Foi quando Alex, com a bexiga cheia de cerveja, pediu permissão a Umberto para ir ao banheiro! Que loucura!
Neste momento nosso amigo Ronir, "A Lenda", "A Múmia" ou "O Xiru Enfaixado", como queiram, se aproximou de mim e falou no meu ouvido: "Vocês pensam que o Deco é maluco! Maluco é o Alex que saiu no meio da partida pra mijar."
Alguns minutos de espera e la vem o Alex, aliviado!
A torcida ao redor da mesa ficou na expectativa! Alex mediu a situação, olhou, mirou, olhou de novo e falou: "A gol, Caçapava!"
Agora sim a torcida, que já estava ansiosa, se voltou totalmente para o lance!
Confesso que pensei: "Ele vai fazer este gol".
Não sei se era confiança ou estava me deixando levar pela emoção de torcedor. Acredito que a grande maioria da torcida, mesmo conhecedora das habilidades do Alex, duvidavam da possibilidade de gol.
Era muito difícil! Tinha que cortar muito e ainda acertar o cruzamento, lá na "cabeça" do "Escurinho"! Muito difícil!
Mas...
É isso que torna o futmesa emocionante!
Umberto arrumou o goleiro, avisou e Alex se posicionou.
Alguns segundos depois o chute...
Fantástico! Eu era o mais próximo da goleira, vi direitinho! Que chute, que perfeição! A bolinha veio direto no "Escurinho" e dele pro gol! Golaço!

Vejam a trajetória do botão (Caçapava) e da bolinha.
Foto do Ítalo (Blog Gol a Gol Futmesa)

Escutei o grito, do Alex! Indescritível! O grito da superação, do impensável, do incompreensível, do campeão!
Gol de quem?
Do Alex! E do "Escurinho", aquele do GRENAL, aquele do rádio que quebrei de raiva!
Coincidência?
Não! Providência! Providência divina!
Mais alguns minutos e acabou o jogo, acabou o Lagoão!
Alex campeão!
Abraços e cumprimentos merecidos, pela campanha, pelo retorno aos cavados, mas, sobretudo, por aquele golaço.

No caminho para a cerimônia de encerramento e premiação, a surpresa:
Alex Degani, numa verdadeira atitude de campeão e de demonstração de amizade, me chamou e falou: "Rangel, vou te deixar uma lembrança". Lembrança?!
Alex retirou sua caixinha de dentro da mochila, colocou-a sobre a mesa, abriu-a e começou a retirar um a um os botões e me disse: "Vou te dar este time". Verdade? "Claro! Vou te dar! Verdade!”
Não sabia o que fazer ou dizer de tanta emoção! O abraço e o agradecimento foram pouco!
O time do Alex! Campeão do Lagoão! Do Inter anos 75/76! Do "Escurinho"! Que maravilha!
E como diria o velho Celestino Velenzuela: "Que lance!"
Sim, que lance, que atitude do Alex.

O lance do Lagoão! 

Tenho certeza que muitas coisas legais aconteceram nos dias de Lagoão, mas nenhuma delas ilustra tão bem a marca registrada desta competição do que este presente que recebi do Alex.
Um verdadeiro troféu! Não por ter merecido nas mesas pois, afinal, minha campanha foi um desastre! Mas um troféu que não somente eu, mas que todos os participantes do Lagoão merecem receber. O troféu da amizade tão peculiar dentro do futmesa.

Alex, eu e o "Troféu da Amizade"

Mais uma vez: “Que lance!”

Parabéns Alex e muito obrigado pelo presente!

Salve o LAGOÃO! Salve o FUTMESA!

2 comentários:

  1. Rangel... Presente mais que merecido! Fico feliz em saber que te dei um time que serve de elo entre tu e e teu passado, independente de defendermos o azul ou o vermelho...
    Inclusive, no passado tivemos a companhia de Nilson Mews, o qual era gremista e jogava com um colorado, empre chegando nas fotos e as vezes até levando o caneco pra casa... Quem sabe???
    abraço.
    Ob: só não joga com o Panda com esse time, por que ele nunca ganhou desse cinzinha!!! hehehe

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